segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sinto... muito!

por Maria Carolina Medeiros


Realidade. O mundo crê em fatos, provas, testemunhos. Poucos dão valor às sensações. Somente o que é fato concreto e consumado costuma merecer credibilidade.

O súbito mau pressentimento quando vai embarcar em um avião. A leve sensação de não poder confiar em alguém que, aparentemente, preenche requisitos para ser um bom amigo. Ter afinidade fora do normal com quem você mal conhece. Não se sentir bem em um lugar que deveria ter tudo a ver com você. Adorar estar num local que nunca achou que fosse curtir, e sentir a melhor energia do mundo.

Coisas que ninguém entende. Se tiver que explicar a alguém, melhor esquecer. Não sentir-se bem na presença de alguém que não te fez nada diretamente é implicância. Deixar de embarcar em um voo sem ameaça de bomba é neurose. Terminar namoro só porque não está mais a fim, sem traições ou escândalos, é maluquice ou desculpa esfarrapada.

Difícil bancar opiniões que não estejam baseadas em informações e motivos concretos. Tomar uma decisão sem “provas” que sustentem o sentimento é caminho curto para ser taxado de inconseqüente, maluco ou, no mínimo dos mínimos, precipitado.

Assim, quem se baseia no que sente acaba por vezes ignorando o mau pressentimento e entrando no voo. Sob pena de virar implicante, deixa de lado a sensação de que não pode confiar naquela pessoa. Para não ser impulsivo, não aprofunda os laços de amizade com quem acabou de conhecer, afinal, não sabe nada sobre ela e o sentimento de afinidade não pode ser motivo para tanto.

Um avião que cai. A confiança que levou anos para ser construída, destruída em um segundo. A amizade que não tinha porque durar e que perdura, enfim.

Sempre precisamos de provas quando o que sentimos deveria nos bastar. Não significa fazer acusações levianas ou tirar conclusões precipitadas. O ser humano é pré-disposto ao erro e pode mesmo ter uma primeira impressão errada, mal interpretar uma cena, pré-julgar de forma equivocada. Mas ainda assim, o crédito às sensações deveria ser dado.

Uma vez, li que a melhor forma de saber se tomamos ou não uma decisão acertada é perceber como nos sentimos após o que foi decidido. Se a sensação permanece de agitação, tem algo errado. Se está em paz, a decisão deve ter sido acertada.

Escutar o coração. A voz mais sutil que existe, mas também a mais verdadeira, é a que ecoa dentro de cada um.

5 comentários:

Vanessa Barbosa disse...

Oi Carol, parabéns hein !!! Seu blog é muito 10 mesmo, você merece !!!

beijos e saudades,

Vitória Frate disse...

É isso mesmo. A gente não pode se dar ao direito de sentir, em vez de comprovar. Vc escreve as coisas que eu sinto e não sei como externar. Parabéns!

Anônimo disse...

Excelente texto! Parabéns!!!

Quase todo mundo passa por isso... nem todos levam as sensações a diante.

no meu caso, eu smp acerto nas minhas sensações hehehe
(quase smp!! rsrs)

Bjos e mais uma vez parabéns!
Raphael Leta

João disse...

Como diz a música... I gotta a feeling... rsrsrs

Anônimo disse...

Estilo lindo.A capacidade de síntese é uma raridade.E a sua capacidade vai além.Muito além.Parabéns pela opção de escrever o que sente.Beijos.

Tia Marilena.