quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O fim do mundo

Maria Carolina Medeiros

Vocês acreditam na profecia de que o mundo vai acabar em 2012? Eu acredito em coisa pior: que ele já está acabando. E que poucas pessoas se dão conta disso. E que, pra piorar, menos pessoas ainda fazem efetivamente algo para mudar.

Tanto se fala sobre esse assunto, ainda mais depois do filme que está em cartaz nos cinemas (2012). Sabe, eu não vejo o mundo acabando, não. Mas vejo o lixo entupindo os bueiros e resultando em enchentes que deixam milhões desabrigados. Vejo a guerra civil cotidiana que nos assola e impede que a gente viva sem ter medo de sair de casa. Vejo as temperaturas ultrapassando + 40 graus onde é verão e – 40 onde é inverno. Vejo animais extintos, assim como se extinguem a educação e a civilidade.

Pra mudar a situação calamitosa do nosso mundo são necessárias grandes mudanças, mudanças radicais, sim senhor. Mas nem por isso justifica dizer que você não faz a sua parte porque de nada vai adiantar mesmo. O pouco é sempre melhor do que nada. É melhor, pelo menos, do que usar como desculpa para a preguiça.

O lema “se cada um fizer a sua parte ajuda bastante” nunca foi tão verdadeiro. Exemplo? Utilize ecobags para ir às compras e diga não, obrigado, às sacolas plásticas que insistem em nos empurrar em todo lugar. Os atendentes de supermercados, farmácias e companhia se espantam quando alguém dispensa a sacolinha e enfia os produtos recém adquiridos numa ecobag ou, em último caso, na bolsa mesmo. Espantoso de verdade é o contrário, é saber que estamos acabando com o planeta e que as pessoas ainda estranham quando um “ser de outro mundo” evita o uso de sacolas plásticas.

O que há pouco tempo era papo de ecochato, virou papo de qualquer cidadão consciente. Hoje, cafona é jogar lixo no chão, é desperdiçar água enquanto escova os dentes, é não participar da coleta seletiva do seu prédio (se tiver; se não tiver, faça você a sua parte, não é tão difícil. Dicas abaixo).

Em alguns países do mundo vemos essas simples ações de civilidade surtirem efeito, porque já fazem parte da rotina dos habitantes. Dá vergonha pensar em jogar algo fora da lata de lixo, porque estranho mundo afora é ser mal educado. É uma questão de educação mesmo, e aqui muita gente não vem com isso "de fábrica" e, pior, não acha bizarro considerar público "o que é de ninguém", em vez de sacar que o que é público é de todos, para ser cuidado por todos, inclusive.

É questão de cultura? Que tal se o governo fizesse umas campanhas pelo consumo consciente? Difícil quando ele mesmo parece não saber o que é isso. Aí, salve-se quem puder.

2012? Eu não seria tão otimista.

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Se você quiser parar de reclamar e fazer a sua parte, tem várias dicas e orientações pra você começar a colocar em prática já!, aqui, ó: www.akatu.org.br

E se quiser trocar ideias, criticar o desabafo ou me chamar de ecochata, deixe seu comentário!

Um comentário:

Gisele disse...

Oi Carollllll,
eu fiquei um bom tempo sem ver seu blog e agora q venho vê-lo já são muitas novidades!!! Muito bom!!!
Daqui a pouco teremos aquecimento global... planejamento urbano... copa do mundo... opaa, olimpiadas... E o Rio vai bombando..
Como vc bem colocou, o que há pouco tempo era papo de ecochato, virou papo de qualquer cidadão consciente. Tudo bem q eu diria q vamos atentar às maquiagens verde tb, infelizmente.
Mas achei muito bom a diversidade do blog, Carol!!!
Saudadona d vc!!!
beijao