16.04.09 - por Carol Medeiros
Estava revendo algumas fotos das semanas maravilhosas que passei em Paris quando a saudade bateu com força. É redundante dizer que aquela cidade é linda. O que acontece entre Paris e eu é um caso de amor à moda antiga, com direito a flores e ne me quitte pas. Dá vontade de não voltar de lá nunca mais, o que só não acontece porque o Rio de Janeiro faz a mesma coisa comigo, exercendo força contrária e me deixando assim, metade carioca, metade parisiense.
Eu cheguei de Paris querendo embarcar no primeiro avião de volta pra lá, só pra começar a ver de novo, do zero, tudo o que eu amo naquele pedacinho de terra francês. Mas a vontade de voltar pra cá também urgia dentro de mim, berrando pelo abraço do meu pai, pelo aconchego da minha mãe, pelo amor da minha cachorrinha, pelo sorriso da minha sobrinha, pela vista que tenho da minha varanda, pelas farras com meus amigos.
Pensando assim, em tudo o que vivi nesses dias por lá, foi que me dei conta de que o item mais precioso de Paris eu trouxe comigo, dentro da mala; dentro de mim. Paris é mesmo uma maravilha e eu não sei se teria sido tão fascinante se eu tivesse embarcado rumo a outro lugar, mas o que de melhor tenho deste período não são as fotos. O que eu vivi em Paris de tão maravilhoso que pude trazer comigo pro Rio e, a partir de então, carregar pra onde quer que eu vá? Foi essa a pergunta que eu me fiz.
Só então eu entendi. O real motivo de eu ter amado este tempo fora está no que aprendi sobre mim ao longo dessas semanas por lá. Foi pouco tempo, mas ficar sozinha a maior parte dele me permitiu viver os dias de forma intensa e quase inenarrável. Voltei com a sensação de que havia estado anos fora. Precisei ir tão longe para ficar perto de mim como há muito tempo não fazia. A vida é mesmo cheia de paradoxos!
Quando, já em Paris, me dei conta de que iria passar semanas completamente sozinha naquela cidade, agradeci. Agradeci pela minha companhia, pela solidão que viria pela frente (e que se mostrou absurdamente produtiva), pelos livros que eu teria, enfim, tempo para ler (e que resultaram em excesso de bagagem!), pelos lugares que veria na hora em que quisesse, por tudo o que eu visitaria sem ter que combinar horários com outras pessoas, por tudo o que eu iria presenciar sabendo que ia dividir com uma só pessoa – eu mesma - e que, portanto, devia sentir o maior prazer nisso.
E hoje, quando a saudade de Paris bateu forte, percebi que posso voltar lá quantas vezes quiser, mas que a lembrança mais gostosa que eu tenho da cidade para amar está aqui, bem ao meu alcance: eu mesma. Em algum momento antes da viagem eu havia me perdido dentro da sucessão de paradoxos que é Maria Carolina, e lá me reencontrei.
Essa foi minha segunda vez em Paris, essa cidade que tem um ar romântico descomunal. Ainda não tinha vivido uma história de amor por lá, e não voltei pro Brasil sentindo falta disso. Porque eu amei muito, me amei muito naquele lugar, de forma apaixonada, desproporcional, com uma vontade incessante de estar comigo mesma, sem me largar por um minuto que fosse. Sentia ciúmes, me queria só pra mim, me fazia agrados de todas as espécies (daí os quilinhos a mais que pesaram nas calças jeans, e que já se foram). Voltei completamente enamorada de mim mesma, feliz por ter sido a melhor companhia de viagem que eu poderia ter, ainda que tenha sentido saudades dos amigos daqui e aproveitado para fazer novas – e maravilhosas – amizades por lá (né, Paulinha?).
Penso em voltar para Paris em algum momento, até. Mas quando a saudade bate, é confortante saber que o melhor de toda a viagem não ficou na França; pulou pra fora da bagagem quando desfiz as malas e está, desde então, sempre ao meu alcance, bem pertinho, pra eu nunca mais esquecer. E, caso esqueça, nous avons toujours Paris, we´ll always have Paris, nós sempre teremos Paris.
Estava revendo algumas fotos das semanas maravilhosas que passei em Paris quando a saudade bateu com força. É redundante dizer que aquela cidade é linda. O que acontece entre Paris e eu é um caso de amor à moda antiga, com direito a flores e ne me quitte pas. Dá vontade de não voltar de lá nunca mais, o que só não acontece porque o Rio de Janeiro faz a mesma coisa comigo, exercendo força contrária e me deixando assim, metade carioca, metade parisiense.
Eu cheguei de Paris querendo embarcar no primeiro avião de volta pra lá, só pra começar a ver de novo, do zero, tudo o que eu amo naquele pedacinho de terra francês. Mas a vontade de voltar pra cá também urgia dentro de mim, berrando pelo abraço do meu pai, pelo aconchego da minha mãe, pelo amor da minha cachorrinha, pelo sorriso da minha sobrinha, pela vista que tenho da minha varanda, pelas farras com meus amigos.
Pensando assim, em tudo o que vivi nesses dias por lá, foi que me dei conta de que o item mais precioso de Paris eu trouxe comigo, dentro da mala; dentro de mim. Paris é mesmo uma maravilha e eu não sei se teria sido tão fascinante se eu tivesse embarcado rumo a outro lugar, mas o que de melhor tenho deste período não são as fotos. O que eu vivi em Paris de tão maravilhoso que pude trazer comigo pro Rio e, a partir de então, carregar pra onde quer que eu vá? Foi essa a pergunta que eu me fiz.
Só então eu entendi. O real motivo de eu ter amado este tempo fora está no que aprendi sobre mim ao longo dessas semanas por lá. Foi pouco tempo, mas ficar sozinha a maior parte dele me permitiu viver os dias de forma intensa e quase inenarrável. Voltei com a sensação de que havia estado anos fora. Precisei ir tão longe para ficar perto de mim como há muito tempo não fazia. A vida é mesmo cheia de paradoxos!
Quando, já em Paris, me dei conta de que iria passar semanas completamente sozinha naquela cidade, agradeci. Agradeci pela minha companhia, pela solidão que viria pela frente (e que se mostrou absurdamente produtiva), pelos livros que eu teria, enfim, tempo para ler (e que resultaram em excesso de bagagem!), pelos lugares que veria na hora em que quisesse, por tudo o que eu visitaria sem ter que combinar horários com outras pessoas, por tudo o que eu iria presenciar sabendo que ia dividir com uma só pessoa – eu mesma - e que, portanto, devia sentir o maior prazer nisso.
E hoje, quando a saudade de Paris bateu forte, percebi que posso voltar lá quantas vezes quiser, mas que a lembrança mais gostosa que eu tenho da cidade para amar está aqui, bem ao meu alcance: eu mesma. Em algum momento antes da viagem eu havia me perdido dentro da sucessão de paradoxos que é Maria Carolina, e lá me reencontrei.
Essa foi minha segunda vez em Paris, essa cidade que tem um ar romântico descomunal. Ainda não tinha vivido uma história de amor por lá, e não voltei pro Brasil sentindo falta disso. Porque eu amei muito, me amei muito naquele lugar, de forma apaixonada, desproporcional, com uma vontade incessante de estar comigo mesma, sem me largar por um minuto que fosse. Sentia ciúmes, me queria só pra mim, me fazia agrados de todas as espécies (daí os quilinhos a mais que pesaram nas calças jeans, e que já se foram). Voltei completamente enamorada de mim mesma, feliz por ter sido a melhor companhia de viagem que eu poderia ter, ainda que tenha sentido saudades dos amigos daqui e aproveitado para fazer novas – e maravilhosas – amizades por lá (né, Paulinha?).
Penso em voltar para Paris em algum momento, até. Mas quando a saudade bate, é confortante saber que o melhor de toda a viagem não ficou na França; pulou pra fora da bagagem quando desfiz as malas e está, desde então, sempre ao meu alcance, bem pertinho, pra eu nunca mais esquecer. E, caso esqueça, nous avons toujours Paris, we´ll always have Paris, nós sempre teremos Paris.
6 comentários:
Oi...Tudo bem?
Li o texto logo ao chegar ao trabalho. Gostei igualmente aos outros que tive o prazer de ler.
Olha que esse blog ainda pode virar um livro. Escreva com mais frequencia....
Beijos
Acabei de ler o blog... mt bom o texto novo! mt bom saber que vc está bem!! :)
bjosssss
Amiga...AMEI o texto!!!!
Quero muiiito conversar com vc...
Como não poderia ser diferente: IDENTIFICAÇÃO TOTAL. Afinal...VLDC!!!
Beijos
Pat
É incrível como consegui me enxergar em todas as suas palavras!
Parabéns pelo texto!
Um beijo!
Karina Craveiro
Oi Carollll, tudo bem?
Estava aqui lendo agora seus ultimos textos do blog, q fiquei algumas semanas sem ler... e realmente acho ótimo seu blog. Interessante pq muitas das coisas q vc escreve me faz refletir sobre eu mesma tb... parece as vezes uma conversa!!!
Ótimo "conversar"c vc, e desabafar tb, Carol!!!!
beijossssssss
Que texto ótimo,Carol!!!!
Belíssimo!!!!
Beijão!
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