Maria Carolina Medeiros
Muita gente (diz que) detesta o Big Brother, mas gostando ou não, tem uma hora em que todo mundo devia assistir, nem que seja pra saber do que está falando mal. Um programa que recebe quase 80 milhões de votos para que um de seus participantes saia - considerando que muitos espectadores não votam, quantos milhões devem assistir ao BBB? -, este que já foi encarado como lixo da TV brasileira merece que dediquemos alguns minutos falando a seu respeito.
Tem gente que adora. Outros dizem que nunca viram, nem de passagem, zapeando com o controle remoto. Eu acho que a maioria assiste, pelo menos de vez em quando, e não admite. Confesso: estou acompanhando este BBB 10, assim como fiz com vários outros. E os que eu não vi tinham participantes totalmente sem sal, que não me provocaram nenhum interesse. Mesmo assim, sempre tive noção do que estava acontecendo na casa mais famosa do Brasil.
É por isso que acho tão curiosa a postura extremista de quem diz que não assiste ao BBB por nada neste mundo e que abomina quem vê, tachando-os de desprovidos de inteligência. Ok, não se trata de um conteúdo que acrescente muito às nossas vidas, mas continuo pensando que pessoas bem informadas têm o dever de saber o que se passa em um programa que é assistido por umas 100 milhões de pessoas, se não por mais!
Cursei Comunicação na faculdade e tinha uma professora mais-intelectual-impossível que defendia que todos deviam assistir aos chamados lixos da TV brasileira de vez em quando. Segundo ela, em vez de abominarmos programas que não prezam pelo desenvolvimento intelectual, precisamos, no mínimo, saber o que estamos criticando. Nem que seja para opinar com consistência quando o assunto é BBB numa roda de amigos.
Acho interessante ver como pessoas normais, que podiam ser nossos amigos, se comportam em situações limite. Tornam-se mocinhos ou vilões por uma palavra mal dita, ou porque falaram mal de outro participante. Na vida real, sabemos que gente fofoqueira não falta, todo mundo conhece alguém assim. Mas no BBB há câmeras, e câmeras não mentem jamais (será?).
Tem gente que adora. Outros dizem que nunca viram, nem de passagem, zapeando com o controle remoto. Eu acho que a maioria assiste, pelo menos de vez em quando, e não admite. Confesso: estou acompanhando este BBB 10, assim como fiz com vários outros. E os que eu não vi tinham participantes totalmente sem sal, que não me provocaram nenhum interesse. Mesmo assim, sempre tive noção do que estava acontecendo na casa mais famosa do Brasil.
É por isso que acho tão curiosa a postura extremista de quem diz que não assiste ao BBB por nada neste mundo e que abomina quem vê, tachando-os de desprovidos de inteligência. Ok, não se trata de um conteúdo que acrescente muito às nossas vidas, mas continuo pensando que pessoas bem informadas têm o dever de saber o que se passa em um programa que é assistido por umas 100 milhões de pessoas, se não por mais!
Cursei Comunicação na faculdade e tinha uma professora mais-intelectual-impossível que defendia que todos deviam assistir aos chamados lixos da TV brasileira de vez em quando. Segundo ela, em vez de abominarmos programas que não prezam pelo desenvolvimento intelectual, precisamos, no mínimo, saber o que estamos criticando. Nem que seja para opinar com consistência quando o assunto é BBB numa roda de amigos.
Acho interessante ver como pessoas normais, que podiam ser nossos amigos, se comportam em situações limite. Tornam-se mocinhos ou vilões por uma palavra mal dita, ou porque falaram mal de outro participante. Na vida real, sabemos que gente fofoqueira não falta, todo mundo conhece alguém assim. Mas no BBB há câmeras, e câmeras não mentem jamais (será?).
Leio mais livros que a maioria. Sinto prazer em pensar. Sou até meio CDF. Converso sobre tudo. Tudo, incluindo BBB. E não me sinto menos inteligente por isso.
No dia a dia, todos nós passamos por situações semelhantes às que acontecem lá dentro com os participantes. Temos que conviver com pessoas que não têm nada a ver com a gente de vez em quando, nos irritamos porque a voz de uma é estridente, amamos e odiamos com a mesma intensidade. A grande diferença é que essas chatices acabam diluídas na nossa vida, porque há compensações quase instantâneas. Um dia ruim no trabalho é compensado pelo carinho do marido. A briga com o namorado é esquecida num bate papo divertido com os amigos. No BBB não dá pra ser assim: ame ou odeie, tem de conviver com aquelas pessoas por longos meses.
O nome é BBB, mas podia ser No Limite, porque lá dentro, pelo que eu vejo como espectadora, é assim o tempo todo. E acaba sendo um prato cheio não só pra quem quer ver o circo pegar fogo, mas também pra gente se identificar com algumas coisas, rejeitar outras, mas principalmente observar pessoas que parecem tão diferentes de nós quando, na verdade, não são: só estão expostas a situações extremas de uma só vez, o tempo todo.
Abaixo os pseudo-intelectuais que criticam o BBB sem olhar pelo seu lado antropológico. Viva a diversidade humana, a podridão que aflora sob tensão. Viva o BBB com suas bizarrices que nos fazem, muitas vezes, encarar nosso reflexo.