01.01.09 - por Carol Medeiros
Se o jeito que começamos o ano é uma pequena introdução de como vamos permanecer ao longo dele, então meu 2009 vai ser um ano diferente!
Não sou supersticiosa nem acredito que a vida vá mudar pelo simples fato da passagem de ano. Sou daquelas pessoas que acha que cada um tem que fazer a sua parte, correr atrás e definir objetivos para poder alcançá-los. Assim, de nada adianta pular sete ondas, comer uvas e vestir-se de branco achando que será o suficiente para a vida ser diferente no novo ano que chega. Mas como o primeiro texto de 2009 obviamente é positivo, sim, é possível mudar!, só que de outras formas.
Depois de muitos anos passando o réveillon no Rio, cidade onde moro, escolhi fazer diferente e recebi 2009 em Paris. Frio de zero grau, de fato muito diferente para quem está acostumada a passar a virada em festas na praia, onde mesmo quando chove, sempre faz calor. Afinal, esse é o nosso Brasil, país que não troco por lugar nenhum - apesar de estar vivendo um caso de amor com Paris, confesso.
Meu réveillon começou sem nenhum planejamento e, acreditem ou não, não planejar não foi resultado de falta de tempo, desinteresse ou algo do tipo. Não planejar foi uma opção, e daquelas que a gente faz completamente consciente. Desta vez, e eu diria que talvez pela primeira vez, optei por percorrer restaurantes e dar de cara com todos lotados. Optei por ter que andar na cidade-luz correndo o risco de semi-congelar. Ou ter que pegar o metrô que poderia estar lotado, afinal, era réveillon.
Optei por tudo isso porque, ao contrário da maioria das pessoas que eu conheço, que sabem que planejar é necessário mas se enrolam e não conseguem fazê-lo, eu sempre planejei tudo, de preferência nos mínimos detalhes. E então, apesar de continuar achando que planejamento é ótimo e faz ganhar tempo, descobri o lado ruim disso. Sim, porque se não tomar cuidado, quem planeja muito no fim das contas corre o risco (ou melhor, não corre risco nenhum) de fazer só isso mesmo: planejar. E isso pode nos paralisar sem que percebamos.
Poderia ser em qualquer mês, semana ou dia, mas aproveitei a mudança de ano – que, confesso, nos estimula a tomar decisões – e decidi começar 2009 de maneira diferente: pensando menos e vivendo mais. Sendo assim, não havia decidido o que fazer em Paris até o começo da noite do dia 31 de dezembro de 2008. Sabia apenas quais programas não me interessavam nem um pouco: Champs-Elysée lotada (algo como praia de Copacabana, só que na areia mesmo, e não como numa festa no Chopin) e, principalmente, locais recheados de brasileiros. Por temer me deparar com compatriotas em algum lugar da moda (estava decidida a começar o ano de forma diferente, lembram-se?), não reservei nada em lugar nenhum. E se tivesse que passar tomando um vinho em qualquer banco de praça, tudo bem também! Afinal, seria uma praça em Paris.
Na última hora, a maravilhosa companhia com quem estou aproveitando os primeiros dias dessa viagem encontrou um bistrô tipicamente francês, super simpático. Nos arrumamos como se fôssemos à melhor festa da cidade, que para nós seria mesmo, mas bastou atravessarmos a rua para sermos muito bem recebidos pelos donos do local. Mais parisiense, impossível. No pequeno bistrô não devia haver mais do que 20 pessoas e não consegui identificar outro idioma falado que não fosse o francês. Parfait! Era exatamente o que eu queria. Pra mim não fazia o menor sentido sair do RJ e me embrenhar em alguma festa recheada de brasileiros. Adoro meus compatriotas, mas vim conhecer outra cultura, e decididamente, era o que eu faria já naquela noite.
Engraçado foi notar o comportamento das pessoas. Numa mesa jantavam dois homens, que não pareciam homossexuais, eram simplesmente dois amigos que aproveitavam a noite como se faz em qualquer outro dia. O mesmo acontecia em outra mesa, dessa vez com duas senhorinhas. Não sei se esse lugar era exceção, mas não me pareceu, já que estávamos numa área não-turística. O que notei é que pros parisienses o dia 31 é como outro qualquer, passível de comemoração, mas bem diferente de como fazemos no Brasil. Eu já esperava, pois a importância que damos ao Ano Novo no nosso país não se repete em todo o mundo, da mesma forma que aqui todo mundo se veste de preto, com roupas de festa.
Não houve queima de fogos, apenas um ou outro na Torre Eiffel, pra onde segui após o jantar. Que maravilha! Afinal, não vim mesmo a Paris para ver o que posso ver todos os anos da varanda da minha casa. O que bomba aqui são as fromageries e pâtisseries, lugares lotados por parisienses no dia 31. Lá eles compram queijos e gostosuras e, pelo que eu entendi, vão para casa jantar. Vi muita gente andando nas ruas também, provavelmente indo pra casa de amigos.
Estava achando tudo muito legal, mas meio “frio”, como deduzo que seja a impressão de qualquer brasileiro quando passa o réveillon fora do Brasil. Aí deu meia-noite e os donos do bistrô foram a todas as mesas desejar: Bonne Année! Adorei! Os parisienses sabem, sim, ser simpáticos. E nosso jantar de réveillon com pratos tipicamente franceses (um desafio para mim!) foi fabuloso.
Em seguida, fomos dar uma volta na Torre Eiffel. No caminho vimos pessoas peladas (!!), ouvimos vários idiomas, vimos cada um vestido de um jeito – e ninguém se importa com essa miscigenação. Adoro observar o comportamento das pessoas, o que pude fazer de forma enriquecedora, afinal, era uma multidão na Torre – na verdade bem pouca gente se eu tiver o meu amado carnaval de Salvador como referencial. Resumo: foi um réveillon absolutamente diferente, ótimo presságio para quem vislumbra mudanças significativas em 2009. E a vocês, que me acompanham no blog desde meados de 2008, desejo um pouco das novas sensações que estou experimentando!
Feliz Ano Novo, ou Bonne Année!
Não sou supersticiosa nem acredito que a vida vá mudar pelo simples fato da passagem de ano. Sou daquelas pessoas que acha que cada um tem que fazer a sua parte, correr atrás e definir objetivos para poder alcançá-los. Assim, de nada adianta pular sete ondas, comer uvas e vestir-se de branco achando que será o suficiente para a vida ser diferente no novo ano que chega. Mas como o primeiro texto de 2009 obviamente é positivo, sim, é possível mudar!, só que de outras formas.
Depois de muitos anos passando o réveillon no Rio, cidade onde moro, escolhi fazer diferente e recebi 2009 em Paris. Frio de zero grau, de fato muito diferente para quem está acostumada a passar a virada em festas na praia, onde mesmo quando chove, sempre faz calor. Afinal, esse é o nosso Brasil, país que não troco por lugar nenhum - apesar de estar vivendo um caso de amor com Paris, confesso.
Meu réveillon começou sem nenhum planejamento e, acreditem ou não, não planejar não foi resultado de falta de tempo, desinteresse ou algo do tipo. Não planejar foi uma opção, e daquelas que a gente faz completamente consciente. Desta vez, e eu diria que talvez pela primeira vez, optei por percorrer restaurantes e dar de cara com todos lotados. Optei por ter que andar na cidade-luz correndo o risco de semi-congelar. Ou ter que pegar o metrô que poderia estar lotado, afinal, era réveillon.
Optei por tudo isso porque, ao contrário da maioria das pessoas que eu conheço, que sabem que planejar é necessário mas se enrolam e não conseguem fazê-lo, eu sempre planejei tudo, de preferência nos mínimos detalhes. E então, apesar de continuar achando que planejamento é ótimo e faz ganhar tempo, descobri o lado ruim disso. Sim, porque se não tomar cuidado, quem planeja muito no fim das contas corre o risco (ou melhor, não corre risco nenhum) de fazer só isso mesmo: planejar. E isso pode nos paralisar sem que percebamos.
Poderia ser em qualquer mês, semana ou dia, mas aproveitei a mudança de ano – que, confesso, nos estimula a tomar decisões – e decidi começar 2009 de maneira diferente: pensando menos e vivendo mais. Sendo assim, não havia decidido o que fazer em Paris até o começo da noite do dia 31 de dezembro de 2008. Sabia apenas quais programas não me interessavam nem um pouco: Champs-Elysée lotada (algo como praia de Copacabana, só que na areia mesmo, e não como numa festa no Chopin) e, principalmente, locais recheados de brasileiros. Por temer me deparar com compatriotas em algum lugar da moda (estava decidida a começar o ano de forma diferente, lembram-se?), não reservei nada em lugar nenhum. E se tivesse que passar tomando um vinho em qualquer banco de praça, tudo bem também! Afinal, seria uma praça em Paris.
Na última hora, a maravilhosa companhia com quem estou aproveitando os primeiros dias dessa viagem encontrou um bistrô tipicamente francês, super simpático. Nos arrumamos como se fôssemos à melhor festa da cidade, que para nós seria mesmo, mas bastou atravessarmos a rua para sermos muito bem recebidos pelos donos do local. Mais parisiense, impossível. No pequeno bistrô não devia haver mais do que 20 pessoas e não consegui identificar outro idioma falado que não fosse o francês. Parfait! Era exatamente o que eu queria. Pra mim não fazia o menor sentido sair do RJ e me embrenhar em alguma festa recheada de brasileiros. Adoro meus compatriotas, mas vim conhecer outra cultura, e decididamente, era o que eu faria já naquela noite.
Engraçado foi notar o comportamento das pessoas. Numa mesa jantavam dois homens, que não pareciam homossexuais, eram simplesmente dois amigos que aproveitavam a noite como se faz em qualquer outro dia. O mesmo acontecia em outra mesa, dessa vez com duas senhorinhas. Não sei se esse lugar era exceção, mas não me pareceu, já que estávamos numa área não-turística. O que notei é que pros parisienses o dia 31 é como outro qualquer, passível de comemoração, mas bem diferente de como fazemos no Brasil. Eu já esperava, pois a importância que damos ao Ano Novo no nosso país não se repete em todo o mundo, da mesma forma que aqui todo mundo se veste de preto, com roupas de festa.
Não houve queima de fogos, apenas um ou outro na Torre Eiffel, pra onde segui após o jantar. Que maravilha! Afinal, não vim mesmo a Paris para ver o que posso ver todos os anos da varanda da minha casa. O que bomba aqui são as fromageries e pâtisseries, lugares lotados por parisienses no dia 31. Lá eles compram queijos e gostosuras e, pelo que eu entendi, vão para casa jantar. Vi muita gente andando nas ruas também, provavelmente indo pra casa de amigos.
Estava achando tudo muito legal, mas meio “frio”, como deduzo que seja a impressão de qualquer brasileiro quando passa o réveillon fora do Brasil. Aí deu meia-noite e os donos do bistrô foram a todas as mesas desejar: Bonne Année! Adorei! Os parisienses sabem, sim, ser simpáticos. E nosso jantar de réveillon com pratos tipicamente franceses (um desafio para mim!) foi fabuloso.
Em seguida, fomos dar uma volta na Torre Eiffel. No caminho vimos pessoas peladas (!!), ouvimos vários idiomas, vimos cada um vestido de um jeito – e ninguém se importa com essa miscigenação. Adoro observar o comportamento das pessoas, o que pude fazer de forma enriquecedora, afinal, era uma multidão na Torre – na verdade bem pouca gente se eu tiver o meu amado carnaval de Salvador como referencial. Resumo: foi um réveillon absolutamente diferente, ótimo presságio para quem vislumbra mudanças significativas em 2009. E a vocês, que me acompanham no blog desde meados de 2008, desejo um pouco das novas sensações que estou experimentando!
Feliz Ano Novo, ou Bonne Année!
5 comentários:
Oi, Carola!
Realmente um reveillon distinto d qq um. Meu irmao adorou Paris, mas nao teve a mesma sorte hospitaleira que vc! Nasceste com a bunda virada pra Lua!
Td d melhor pra vc aih, nessa terra de Rios Sena e croisants. 2009, definitivamente, vai nos trazer 365 dias de boas mudancas em nossas vidas.
Curta bastante!!
Bjos em verde e amarelo,
giglio
Je trinque au foyer!
Je trinque à la vie!
A mes amours!
A ma famille!
Bom dia Carol!!!
Tudo bem??
Estou lendo o seu blog... que é maravilhoso!
Obrigada pelas energias positivas vinda de PARIS!!! Muito Chique você!
Felicidades pra ti tbm. Que Deus ilumine seu caminho, lhe trazendo muita paz, amor e saúde!!!
Manda bisous para Paris.
Gostei muito da forma como descreveu sua noite em Paris. Aproveite bem desta cidade única no mundo.
Um abraço
Lina
Carol, fiquei tentando imaginar tudo como um filminho na minha cabeça!
Que maravilha!
Um maravilhoso ano novo pra ti, melhor ainda, para nós!
Beijo enorme
Lud
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