25.08.09 - por Carol Medeiros
Agosto está chegando ao fim e resta apenas um mês até a chegada de outubro, mês de eleições municipais. Quando se trata de política, sei que o Brasil tem fama de deixar que tudo acabe sempre em pizza. Sei que está cada vez mais difícil acreditar que existem políticos honestos. Mas sei também que muitos eleitores usam o triste histórico da política no país como justificativa para não pesquisar em quem votam, sob o pretexto que “nada vai mudar mesmo”.
Estou incluída no grupo de brasileiros com mais de 18 anos de idade, mentalmente saudáveis (pelo menos é o que eu acho) e, portanto, preocupados em escolher, através do voto, vereadores e o novo prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de ter dificuldade em acreditar que é possível fazer diferente, sendo o Brasil um país onde o voto é obrigatório, tenho duas opções: votar e votar, já que não considero anular o voto uma possibilidade. “Prefira sempre o erro à omissão”, sempre me disse meu pai. Ok, não dá pra fugir. Preciso decidir em quem vou depositar o que me resta de confiança para tornar o Rio não tão próximo de cidade sitiada.
Era sábado de sol e eu estava refestelada na praia quando ouvi vozes, que não vinham do meu inconsciente e aparentemente nada tinham a ver com algum trauma relacionado ao filme “O Chamado”. Eis que identifico de onde vêm as vozes, estridentes demais para serem ignoradas: tratava-se de um carro de som que berrava, em um volume inacreditável, o jingle da campanha de uma candidata a vereadora.
O objetivo era claro: massificar os ouvidos dos eleitores (e de quem mais tivesse o azar de estar nas redondezas) para fixar o número da candidata. Confesso que, involuntariamente, decorei o maldito número, mas com toda a certeza do universo, não vou digitá-lo na urna eletrônica. Até aquele momento eu não conhecia nada sobre a candidata em questão, e se o carro estava ali para reverter a situação, conseguiu: agora eu sei da existência da candidata, e também tenho certeza de que nela, eu não voto! Permaneço sem saber o que ela defende, mas algo me diz que não inclui sol, nem praia, e muito menos música de qualidade.
Dias antes eu tinha lido uma reportagem que mencionava bizarrices de candidatos a vereador do Rio. Como se não bastassem políticos corruptos e uns com uns nomes surreais, agora temos que aturar aqueles que literalmente prometem o impossível! Gente que não sabe quais são as atribuições do cargo que pretende ocupar e diz que vai fazer X ou Y sem se dar conta de que a criação de escolas, por exemplo, não pode ser decidida nem pelo mais bem-intencionado dos vereadores. É impressão minha ou mesmo com a facilidade no acesso à informação, há candidatos que elaboram propostas de campanha irreais? E é com essas propostas que eles desejam obter nosso voto? Pai nosso!
Também me irritam candidatos paradoxais. Propõem medidas rígidas visando preservação do meio ambiente e espalham “santinhos” pelas ruas. É só andar por aí para flagrar carros recheados com adesivos de candidatos estacionados em cima de calçadas, destruindo a pavimentação e impedindo passagem de pedestres.
Em tempos de decisões que só serão repensadas daqui a quatro anos, vale a reflexão: emporcalhar ruas e ouvidos de eleitores é sinal de falta de compromisso com a cidade e com o povo - os mesmos para quem, supostamente, tais candidatos devem governar.
Agosto está chegando ao fim e resta apenas um mês até a chegada de outubro, mês de eleições municipais. Quando se trata de política, sei que o Brasil tem fama de deixar que tudo acabe sempre em pizza. Sei que está cada vez mais difícil acreditar que existem políticos honestos. Mas sei também que muitos eleitores usam o triste histórico da política no país como justificativa para não pesquisar em quem votam, sob o pretexto que “nada vai mudar mesmo”.
Estou incluída no grupo de brasileiros com mais de 18 anos de idade, mentalmente saudáveis (pelo menos é o que eu acho) e, portanto, preocupados em escolher, através do voto, vereadores e o novo prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de ter dificuldade em acreditar que é possível fazer diferente, sendo o Brasil um país onde o voto é obrigatório, tenho duas opções: votar e votar, já que não considero anular o voto uma possibilidade. “Prefira sempre o erro à omissão”, sempre me disse meu pai. Ok, não dá pra fugir. Preciso decidir em quem vou depositar o que me resta de confiança para tornar o Rio não tão próximo de cidade sitiada.
Era sábado de sol e eu estava refestelada na praia quando ouvi vozes, que não vinham do meu inconsciente e aparentemente nada tinham a ver com algum trauma relacionado ao filme “O Chamado”. Eis que identifico de onde vêm as vozes, estridentes demais para serem ignoradas: tratava-se de um carro de som que berrava, em um volume inacreditável, o jingle da campanha de uma candidata a vereadora.
O objetivo era claro: massificar os ouvidos dos eleitores (e de quem mais tivesse o azar de estar nas redondezas) para fixar o número da candidata. Confesso que, involuntariamente, decorei o maldito número, mas com toda a certeza do universo, não vou digitá-lo na urna eletrônica. Até aquele momento eu não conhecia nada sobre a candidata em questão, e se o carro estava ali para reverter a situação, conseguiu: agora eu sei da existência da candidata, e também tenho certeza de que nela, eu não voto! Permaneço sem saber o que ela defende, mas algo me diz que não inclui sol, nem praia, e muito menos música de qualidade.
Dias antes eu tinha lido uma reportagem que mencionava bizarrices de candidatos a vereador do Rio. Como se não bastassem políticos corruptos e uns com uns nomes surreais, agora temos que aturar aqueles que literalmente prometem o impossível! Gente que não sabe quais são as atribuições do cargo que pretende ocupar e diz que vai fazer X ou Y sem se dar conta de que a criação de escolas, por exemplo, não pode ser decidida nem pelo mais bem-intencionado dos vereadores. É impressão minha ou mesmo com a facilidade no acesso à informação, há candidatos que elaboram propostas de campanha irreais? E é com essas propostas que eles desejam obter nosso voto? Pai nosso!
Também me irritam candidatos paradoxais. Propõem medidas rígidas visando preservação do meio ambiente e espalham “santinhos” pelas ruas. É só andar por aí para flagrar carros recheados com adesivos de candidatos estacionados em cima de calçadas, destruindo a pavimentação e impedindo passagem de pedestres.
Em tempos de decisões que só serão repensadas daqui a quatro anos, vale a reflexão: emporcalhar ruas e ouvidos de eleitores é sinal de falta de compromisso com a cidade e com o povo - os mesmos para quem, supostamente, tais candidatos devem governar.
7 comentários:
15001 15001 15001 15001 15001 15001!!!!
Hahahahhaha....amei seu texto amiga, diferente de tudo q vc vinha escrevendo, muito bom!!!
Amei tb a inclusão do "pai nosso"..... hahahahha
Muito boa reflexão, Carol! Outro dia também estava pensando nisso, já que são poucos os candidatos que não estão usando os carros de som como forma de divulgação e respeitando devidamente as regras de candidatura. Eu endosso a tua idéia! Bjão
SOU SEU FÃ!!!!!!!!
Adorei Carol!!!!!"Dizem que afilhada puxa madrinha".rsrsrrsrsrs
Ai, amiga..vce escreveu o que tava agarrado na minha garganta! Caramba, amiga..e as charangas que eles botam nas ruas? Além de tudo ainda tornam o trânsito ainda pior do que já está....socorro....Acredito que não há nada mais básico, em um homem ou mulher do que a educação. E os nossos candidatos passam longe de serem educados..já dá pra ver o que vem por aí...Bjocas
Thais
Valeu Carol. é isso mesmo...
Sem educação não dá!
Um beijo.
Carol, candidatos que desrespeitam a ordem pública, de cara, mostram que só se preocupam com a própria promoção.Portanto, não merecem qualquer ibope, nem tampouco o voto do cidadão consciente.É uma pena que ainda encontrem espaço...
Beijos.
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