31.08.09 - por Carol Medeiros
Sentir saudades dói tanto que às vezes chega a ser cruel.
Como bem escreveu o jornalista e amigo Bruno Rodrigues em seu excelente blog Deu Bigode (deubigode.blogspot.com - confiram, vale a pena), “a música é um retrato das cenas por nós vividas. Numa quarta-feira sem graça, você escuta aquela faixa que te remete aquele lugar. É o bastante pra você querer sair de onde está e brincar de passado. O detalhe é que você, infelizmente, não consegue brincar de passado sozinho.”
Não sei se alguma vez na vida alguém conseguiu sentir saudades sozinho. Isso explica porque a palavra é no plural, com “S” no final, apesar de a gente comumente dizê-la no singular. Pouco importa. Qualquer coisa torna-se insignificante quando falamos de saudade e da dor que ela provoca.
Saudade de quem mora longe, dói. Saudades de tempos que não voltam, também. Saudade de quem faleceu e não volta mais, dói a beça. Assim como sentir saudades de quem, mesmo que não tenha partido pro andar de cima, partiu da nossa vida e nos deixou com um baita sentimento sem nome, sem saber o que fazer com ele. E quando o sentimento acaba, a gente deixa de sentir falta dos momentos que vivemos, mas continuamos com uma sensação de vazio, nos questionando sobre como teria sido se não tivesse deixado de ser.
Inventamos de tudo: viagem, novo corte de cabelo, compras, noitadas, em tentativas diversas de deixar a saudade em casa em todas as vezes que sairmos. E ainda nos surpreendemos quando isso não acontece! Me disseram certa vez, “tentamos fazer barulho lá fora para calar o que grita aqui dentro”. Por algum motivo, seria uma tragédia se escutássemos.
Saudade é mistura de vários sentimentos. Sentir falta de quem não está mais ao nosso lado, além de doer pra caramba, provoca uma terrível sensação de impotência. O que eu fiz de errado? Por que não deu certo? Perguntas nem sempre têm respostas, e assim como sentir saudades, relações entre duas pessoas também são feitas no plural.
Quando a saudade se mistura a outros sentimentos, acontece de a gente nem entender do que sentimos falta realmente. Dia desses revi fotos de alguns bons momentos da minha vida e, apesar de sentir saudades daquela época, não sei se gostaria de voltar no tempo, se pudesse. Talvez o que nos perturbe na nostalgia é saber que a história que fotos, músicas ou cheiros trazem à tona acabou, e que os momentos que poderiam ser vividos dali em diante, não mais serão.
Saudade dói de qualquer jeito e talvez seja o único sentimento que nunca vamos deixar de sentir: ela apenas se transforma. No caso da morte, a saudade de quem se foi não acaba nunca, mas aprendemos a lidar com a ausência. E quando um coração partido se recupera, ele é capaz de amar novamente, mas terá sempre cicatrizes.
Não importa do que você sinta falta, o lugar que a saudade decidiu ocupar na sua vida é o mesmo: ela está instalada no coração e se espalha por todo o corpo. Às vezes adormece, mas basta um som, um cheiro, uma voz, uma imagem pra saudade ser despertada. Ela não quer nos largar, nós é que precisamos nos livrar dela. É difícil, mas não impossível. Segundo a minha mãe, dor de amor dói, mas sempre passa. E é de domínio público que mãe sempre sabe das coisas.
Sentir saudades dói tanto que às vezes chega a ser cruel.
Como bem escreveu o jornalista e amigo Bruno Rodrigues em seu excelente blog Deu Bigode (deubigode.blogspot.com - confiram, vale a pena), “a música é um retrato das cenas por nós vividas. Numa quarta-feira sem graça, você escuta aquela faixa que te remete aquele lugar. É o bastante pra você querer sair de onde está e brincar de passado. O detalhe é que você, infelizmente, não consegue brincar de passado sozinho.”
Não sei se alguma vez na vida alguém conseguiu sentir saudades sozinho. Isso explica porque a palavra é no plural, com “S” no final, apesar de a gente comumente dizê-la no singular. Pouco importa. Qualquer coisa torna-se insignificante quando falamos de saudade e da dor que ela provoca.
Saudade de quem mora longe, dói. Saudades de tempos que não voltam, também. Saudade de quem faleceu e não volta mais, dói a beça. Assim como sentir saudades de quem, mesmo que não tenha partido pro andar de cima, partiu da nossa vida e nos deixou com um baita sentimento sem nome, sem saber o que fazer com ele. E quando o sentimento acaba, a gente deixa de sentir falta dos momentos que vivemos, mas continuamos com uma sensação de vazio, nos questionando sobre como teria sido se não tivesse deixado de ser.
Inventamos de tudo: viagem, novo corte de cabelo, compras, noitadas, em tentativas diversas de deixar a saudade em casa em todas as vezes que sairmos. E ainda nos surpreendemos quando isso não acontece! Me disseram certa vez, “tentamos fazer barulho lá fora para calar o que grita aqui dentro”. Por algum motivo, seria uma tragédia se escutássemos.
Saudade é mistura de vários sentimentos. Sentir falta de quem não está mais ao nosso lado, além de doer pra caramba, provoca uma terrível sensação de impotência. O que eu fiz de errado? Por que não deu certo? Perguntas nem sempre têm respostas, e assim como sentir saudades, relações entre duas pessoas também são feitas no plural.
Quando a saudade se mistura a outros sentimentos, acontece de a gente nem entender do que sentimos falta realmente. Dia desses revi fotos de alguns bons momentos da minha vida e, apesar de sentir saudades daquela época, não sei se gostaria de voltar no tempo, se pudesse. Talvez o que nos perturbe na nostalgia é saber que a história que fotos, músicas ou cheiros trazem à tona acabou, e que os momentos que poderiam ser vividos dali em diante, não mais serão.
Saudade dói de qualquer jeito e talvez seja o único sentimento que nunca vamos deixar de sentir: ela apenas se transforma. No caso da morte, a saudade de quem se foi não acaba nunca, mas aprendemos a lidar com a ausência. E quando um coração partido se recupera, ele é capaz de amar novamente, mas terá sempre cicatrizes.
Não importa do que você sinta falta, o lugar que a saudade decidiu ocupar na sua vida é o mesmo: ela está instalada no coração e se espalha por todo o corpo. Às vezes adormece, mas basta um som, um cheiro, uma voz, uma imagem pra saudade ser despertada. Ela não quer nos largar, nós é que precisamos nos livrar dela. É difícil, mas não impossível. Segundo a minha mãe, dor de amor dói, mas sempre passa. E é de domínio público que mãe sempre sabe das coisas.